como falar

Conversa de sexo com as crianças não precisa ser careta ou repressiva

sábado, outubro 15, 2011


Olá pessoal, bom dia!
Saiba como falar de sexo com seu filho!

Quando a criançada começa a perguntar coisas como: O que é sexo? Da onde eu vim? Para que serve a camisinha? Por que meu corpo é diferente do seu? Como se faz um bebê?, os pais, em geral, são pegos de surpresa e buscam uma saída para essas situações. Só que, na maioria das vezes, as soluções encontradas não são as mais corretas, como, por exemplo, inventar a história da cegonha que trouxe o bebê ou da sementinha que a mamãe comeu. Mas, ao contrário do que o senso comum acredita, o assunto "sexo" não precisa ser tabu e pode ser tratado com naturalidade. É importante para a formação dos filhos, que os pais respeitem a curiosidade sobre o tema.

Encarar com naturalidade


Muitos pais não se acham preparados para lidar com o assunto e costumam evitar ao máximo saciar ou aguçar a curiosidade do filho em relação ao sexo. "Os adultos que fazem disso um tabu provavelmente não tiveram uma orientação sexual adequada. Evitam falar do assunto porque vêem a questão sexual de forma erótica e não como parte de uma necessidade natural do ser humano", explica a psicóloga Maria Dirce Benedito, do departamento de pediatria da Unifesp.

Se a criança não acha espaço para encontrar as informações de que precisa, ela começa a buscar em outras fontes, como os amigos da escola, filmes, revistas, sites na internet. O problema é que essas fontes nem sempre são confiáveis. "Os pais precisam auxiliar na educação do filho, e o sexo também deve fazer parte do aprendizado. O mais importante é tratar do assunto com muita naturalidade, entendendo que é um processo normal", ensina a psicóloga.


Devo tomar a iniciativa ou esperar ser questionado?



Não existe uma idade certa para conversar com a criança. O ideal é que os pais fiquem atentos à curiosidade da criança e à capacidade cognitiva dela, ou seja, o quanto ela quer saber sobre o assunto e até onde ela conseguirá compreender. "Se a família decidir falar com a criança sobre sexo antes que ela própria esteja disposta a entender, vai haver um atropelamento de interesses e, provavelmente, a criança não dará ouvidos por muito tempo", explica a especialista da Unifesp.

É a partir dos dois anos de idade, que as crianças começam a ter sua atenção despertada para as diferenças e sensações do corpo, mas a capacidade de abstração ainda é pequena. Os pais podem começar a introduzir informações de acordo com o desenvolvimento neurológico da criança. "Aos sete anos, as crianças já têm maior capacidade de aprendizado. Nessa fase, os pais já podem começar a ensinar melhor como funciona uma relação sexual e os nomes, como pênis, vagina, vulva", ensina a especialista. E por falar em nomes, o ideal é que os pais ensinem o nome real das partes genitais e dos termos relativos ao sexo.

Desenvolva o assunto


A melhor maneira de começar uma explicação sobre sexo é perguntar para a criança o que ela já sabe sobre o assunto. "Assim você terá uma ideia melhor do que ela realmente quer saber e qual é o nível de compreensão dela", explica Maria Dirce. É importante também entender da onde vem a curiosidade. Isso pode ajudar a saber se a criança está adquirindo hábitos não indicados para ela ou não. As informações da TV, por exemplo, podem antecipar o período de questionamento infantil.

É bom que os pais reflitam sobre o que é realmente bom para o filho e o que deve ser deixado de lado. "Tudo está ficando muito erotizado. Muitas vezes as famílias colaboram para a antecipação da adolescência e para que o sexo se torne algo banal, através do incentivo a filmes com conteúdo adulto, à músicas conotativas e até do uso de roupas mais justas. O que acontece é que as pessoas acabam esperando que as crianças tenham um comportamento mais erotizado e isso pode ser uma influência negativa para a criança", acredita Maria Dirce. "O papel dos pais, além de educar e ensinar é filtrar algumas informações com as quais os filhos possam ter contato, o que não deve ser feito de maneira repressiva, mas com base em diálogos e estabelecimento de limites."

O primeiro contato


A repressão nunca é a melhor maneira de educar, ainda mais se for uma criança. Proibição pode, inclusive, estimulá-la a ir de encontro com o que foi dito pelos pais. Em relação à experiência sexual, pais e educadores precisam tomar cuidado para não serem repressores. O contato com o próprio corpo faz parte da descoberta infantil e do aprendizado. É importante que a criança, que deseja, tenha essa experiência de conhecer a si mesma. Frases como "tira a mão daí que machuca", "isso é sujo", "isso é feio", devem ser evitadas.

Além disso, a psicóloga ensina que livros de educação sexual infantil costumam ser valiosos nessa fase de descobertas, pois assim as crianças podem compreender melhor, por meio de figuras, o que é cada termo e possíveis sensações que ela sentir.


O papel da escola


Algumas escolas contam com aulas de educação sexual e, segundo a psicóloga, seria importante se todas elas aderissem à disciplina. "É muito importante o acompanhamento da escola também em relação à sexualidade. Ensinar o assunto de intensidade diferente, nas diferentes fases da infância é muito importante também para esclarecer dúvidas que as crianças possam ter e não tem coragem de conversar com os pais", acredita Maria Dirce.

Fonte: UOL

Poderá gostar também de:

0 comentários

Bem-vindos ao todamoderna Deixe aqui seu comentário. Obrigada.

Receba as postagens por e-mail

Curtir no Facebook