Apesar de itens mais caros nas prateleiras e da proximidade do Natal, ainda é possível usar o tempo em favor da economia, desde que haja planejamento. "Sempre há como economizar", afirma André Braz, economista e autor do estudo do IBRE-FGV. "A primeira dica é substituir produtos de marca tradicional por marcas novas. A economia pode chegar a 50% com este exercício", indica.
Uma lista com o nome dos convidados para o Natal e o cardápio definido também ajudam o anfitrião a estimar os gastos. As porções não precisam ser espartanas, já que no Natal as famílias preferem apostar na fartura. Mas, mesmo que as sobras da janta possam garantir o almoço do dia 25, o ideal é que isso também seja calculado.
"O problema do Natal no Brasil é o excesso de pratos", diz a personal chef Karina Fantini, que prepara ceias por encomenda. “O indicado é tentar reduzir o número de receitas para investir na qualidade das outras". Segundo suas contas, com R$ 200 é possível preparar uma ceia para dez pessoas, sem fazer feio. "Basta ter alguém na família que saiba cozinhar", afirma.
A chef Adriana Cymes, sócia do bufê Arroz de Festa, também recomenda praticidade. "Não faça mais do que sabe e invista em receitas que já domina", diz ela. Para deixar os pratos com cara de festa sem gastar muito, ela recomenda que o peru inteiro seja acompanhado pela tradicional farofa, por um purê de batata-doce e por um mix de legumes ao forno regado com azeite, sal e ervas. Se o orçamento permitir, diz, podem ser legumes em miniatura, como cenourinhas e milhos pequenos, que ainda ajudam a decorar a mesa.
Segundo Cymes, uma pessoa come 200 gramas de carne durante a ceia, considerando a média entre crianças, homens e mulheres. Como um peru de 3 quilos pode perder até 40% do seu peso depois de pronto e servido, ele atende, no máximo, a nove pessoas –considerando também que toda a carne será aproveitada.
Por isso, acrescentar outra carne à mesa faz parte da estratégia para economizar. Além de servir de segunda opção para os convidados, incluir um peixe ou pernil complementa a mesa e tira do peru a responsabilidade de ser o prato principal, satisfazendo toda a família.
Para quem prefere apostar em pratos do dia a dia, a chef Karina Fantini sugere que o arroz e a farofa ganhem cara de celebração, tendo um de seus ingredientes substituído por frutas secas ou castanhas.
"Como é verão, vale destacar também as frutas tropicais nas receitas. São mais baratas que as frutas secas e ideais para época", reforça o economista André Braz. Se as castanhas e nozes estiverem na lista de compras, a dica da chef Karina Fantini é comprá-las a granel, apenas na quantidade necessária.
Pesquisa
Além de escolher o cardápio de acordo com o que se pode gastar, pesquisar antes de comprar é palavra de ordem. Outra dica é antecipar a compra dos ingredientes para evitar que, na véspera da festança, o consumidor tenha que sucumbir ao preço exorbitante de um produto.
Os importados, que fizeram parte da cesta de Natal dos brasileiros no ano passado, merecem ser incluídos na comparação de preços. "O dólar ficou mais valorizado no segundo semestre, mas está em patamar parecido com o do Natal passado", diz André Braz, da FGV. "Logo, o consumidor não deve perceber grande alteração nos preços de importados – mas vale pesquisar antes de comprar", indica.
Por fim, o educador financeiro Reinaldo Domingos sugere que, para famílias em aperto, o Natal não seja sinal verde para gastar. "A ceia se come e acabou. E depois? Vale entrar no ano novo com essa dívida?", diz.
Domingos recomenda que a família se junte e faça compras no atacado, conta que pode ficar 40% mais barata, ou que as despesas sejam divididas entre todos os participantes do jantar, sem constrangimentos. "Não é preciso gastar o que não tem para impressionar a família", cutuca. "Dinheiro é o meio, não deve ser o fim. O importante é buscar o sentido da confraternização".
Fonte: UOL
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